Armando Pinto da Silva

Presidente da Direção

Sociedade Promotora de Escolas

Instituição fundada em 20 de junho de 1876, com a designação de Sociedade Promotora de Creches, tinha por objetivo receber crianças carenciadas com idades compreendidas entre um mês e quatro anos. A sua primeira creche será inaugurada, em 5 de novembro de 1876, no Largo do Outeirinho da Amendoeira, que contou com a presença do Rei D. Luís.

Em 10 de novembro de 1878, transfere os seus serviços e a creche para o Largo da Graça.

Em 26 de abril de 1904, são aprovados os novos estatutos e a instituição passa a denominar-se Sociedade Promotora de Asilos, Creches e Escolas.

Em 1 de janeiro de 1905, é inaugurada a primeira escola-oficina, a Escola-Oficina N.º 1, contendo no seu plano curricular aulas de desenho, modelagem e escultura em madeira.

Em 20 de Junho de 1912, é promulgada por Carta de Lei, uma reforma dos estatutos, e passa a designar-se Sociedade Promotora de Escolas, tendo como um dos seus fins a “manutenção de Escolas e a propaganda por todas as fórmulas de bons métodos educativos“.

A Escola-Oficina, caracterizou-se por ser uma instituição escolar para ambos os sexos, de ensino gratuito, maternal, integral e preparatório profissional, com um plano de estudos dividido entre oito e dez classes. As classes eram frequentadas por alunos com idades compreendidas entre os 5 aos 14 anos. Da VI classe (4º grau) em diante, o objetivo era a especialização direcionada para o exercício de uma profissão. As aulas eram inteiramente práticas, ministradas sem compêndios, e completadas com excursões, visitas de estudo, etc., no propósito de desenvolver os conhecimentos dos alunos, a sua educação artística e prepará-los para a sua vida profissional.

Manuel Roque de Azevedo, caraterizou este método de ensino da seguinte forma: “A criança era deixada completamente à vontade. Não existia o terror do mestre, o decorar o livro, ou a estúpida emulação. Os alunos davam frequentes passeios fora da escola para o contacto com a natureza“.

A 30 de dezembro de 1910, recebeu por parte do Ministro do Interior, António José de Almeida, um louvor “é um notável modelo de escola popular, onde a educação e o ensino se ministram pelos modernos processos pedagógicos e com a mais inteligente compreensão do desenvolvimento integral da criança.”

A Sociedade Promotora de Escolas passa a ser considerada de utilidade pública, por carta de lei datada de 20 de julho de 1912, publicada em 22 de agosto do mesmo ano.

A partir do Estado Novo, e face aos Decretos-Lei n.º 20181, 7 de Agosto de 1931, e n.º 28081, de 9 de Outubro de 1937, em que determinam o regime de separação dos sexos em todas as escolas do país, a Sociedade Promotora de Escolas opta pelo ensino feminino e determina o encerramento das oficinas. A Escola Oficina N.º 1 passa a ter, então, exclusivamente, ensino primário e inteiramente gratuito.

Após o 25 de Abril, com a reformulação do sistema de ensino básico do país, a Escola Oficina n.º 1 vê os seus alunos serem integrados no ensino oficial.

No presente, a Sociedade Promotora de Escolas tem por objetivo promover atividades culturais, nomeadamente nas áreas do ensino e da formação profissional.